CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA
O que é?

O programa Capital Europeia da Cultura foi criado em 1985 pela (então) Comissão Europeia, tendo-se rapidamente convertido no maior evento cultural da Europa e um dos seus programas mais emblemáticos. Desde a sua criação, já teve lugar em 62 cidades, de Atenas a Estocolmo, de Liverpool a Istambul, passando por Florença, Amesterdão, Berlim, Paris, Glasgow, Dublin, Madrid, Copenhaga, Bruxelas, Praga ou Marselha.
Em Portugal, três cidades já beneficiaram deste título: Lisboa, em 1994, Porto, em 2001, e Guimarães, em 2012.
Anualmente, duas cidades, em dois países diferentes, ostentam o título de Capital Europeia da Cultura, título atribuído cinco anos antes, após um processo de candidatura e seleção por parte de um júri constituído por peritos independentes.
A seleção das cidades respeita um sistema rotativo, previamente definido. À data, são conhecidas as cidades Capital Europeia da Cultura até ao ano 2026:
Próximas cidades Capital Europeia da Cultura:
2020: Rijeka (Croácia) e Galway (Irlanda)
2021: Timișoara (Roménia) e Eleusis (Grécia) + Novi Sad (Sérvia)
2022: Kaunas (Lituânia) e Esch-sur-Alzette (Luxemburgo)
2023 – Veszprém (Hungria)
2024 – Tartu (Estónia), Bodø (Noruega, EFTA/EEA) e Bad Ischl (Áustria)
2025 – Chemnitz (Alemanha), Nova Gorica (Eslovénia)
2026 – Oulu (Finlândia) e Trenčín (Eslováquia)
Em 2027 uma cidade portuguesa e Liepaja (Letónia) serão Capital Europeia da Cultura.
O processo

O programa europeu Capital Europeia da Cultura assume como objetivos a promoção da diversidade cultural europeia e do acesso livre e democrático a todas as formas de expressão artística e cultural. Uma candidatura a Capital Europeia da Cultura constitui-se, assim, como um processo longo, complexo e exigente. Não se trata de identificar um conjunto de infraestruturas e eventos, mas antes de conceber um programa cultural inovador, aberto, diverso e inclusivo, suportado em conceitos agregadores e em estratégias sustentáveis de desenvolvimento urbano, contribuindo para uma grande participação comunitária e para o reforço da atratividade internacional da cidade.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
A candidatura de uma cidade a Capital Europeia da Cultura é avaliada através de seis critérios:
Estratégia a longo prazo
- Existência de uma estratégia cultural para a cidade;
- Plano com vista ao reforço da capacidade dos setores cultural e criativo, incluindo o desenvolvimento de relações a longo prazo entre os setores cultural, económico e social;
- Prever o impacto a longo prazo ao nível cultural, económico e social, incluindo o desenvolvimento urbano;
- Planos para o acompanhamento e a avaliação do impacto do título na cidade candidata.
Dimensão europeia
- Atividades que promovem a diversidade cultural da Europa, o diálogo intercultural e uma maior compreensão mútua entre os cidadãos europeus;
- Atividades que realçam os aspetos comuns da cultura, do património e da história europeus, bem como a integração e os temas europeus atuais;
- O âmbito e a qualidade das atividades em que participam artistas europeus, a cooperação com operadores ou cidades de diferentes países e parcerias transnacionais;
- A estratégia para atrair o interesse de um vasto público europeu e internacional.
Conteúdo cultural e artístico
- Uma visão e uma estratégia artísticas claras e coerentes para o programa cultural;
- A participação de artistas e organizações culturais locais na conceção e na execução do programa cultural;
- O alcance e a diversidade das atividades propostas e a sua qualidade artística global;
- A capacidade para combinar o património cultural local e as formas de arte tradicionais com expressões culturais novas, inovadoras e de caráter experimental.
Capacidade de execução
- Amplo e sólido apoio político, suportado por um empenho sustentável das autoridades locais, regionais e nacionais;
- Infraestruturas adequadas, viáveis e sólidas.
Alcance de públicos
- A participação da população local e da sociedade civil na preparação da candidatura e na execução da ação;
- A criação de novas oportunidades sustentáveis, tendo em vista a participação e a presença de uma vasta gama de cidadãos nas atividades culturais, em particular jovens, voluntários e pessoas marginalizadas e desfavorecidas, incluindo as minorias, sendo dada especial atenção ao acesso a essas atividades por parte das pessoas com deficiência e dos idosos;
- A estratégia global de alargamento do público, nomeadamente a ligação com o ensino e a participação das escolas.
Gestão
- A viabilidade da estratégia de captação de fundos e do orçamento proposto;
- A estrutura de governação e execução prevista;
- A estratégia de marketing e comunicação;
- A estrutura de execução que contemple a necessidade de pessoal com competências adequadas e experiência para planear, gerir e executar o programa cultural.