Uma Pessoa de Cada Vez: Margarida França

Margarida França é administradora hospitalar desde 1989 e Mestre em Gestão e Economia da Saúde. Atualmente, é Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE e membro efetivo do Conselho Consultivo da ERS e do Conselho Consultivo do Plano Nacional de Saúde 2021-2030. É ainda diretora do Programa de Pós-Graduação em Gestão na Saúde da Católica Porto Business School. O seu contributo tem sido precioso no Programa de Participação de Aveiro 2027, enquanto coordenadora do setor da Saúde, e nesta entrevista conta-nos como tem decorrido esse processo.

Quais os principais desafios do seu sector, o da Saúde?
O Grupo Setorial da Saúde identificou como principais desafios a limitação de recursos, humanos e financeiros, com uma referência particular na necessidade de apoio à saúde mental; a promoção da saúde; o acesso; a formação e capacitação na gestão da saúde, com um enfoque muito concreto na literacia em saúde; os comportamentos super saudáveis e a transversalidade e transdisciplinaridade da saúde. A promoção da saúde foi igualmente referenciada como um desafio da atualidade, bem como a saúde publica no contexto da recente pandemia e a necessidade de modelos e abordagens à gestão da saúde centrados nas pessoas e na comunidade.

Quais as oportunidades que a Capital Europeia da Cultura 2027 pode trazer ao sector da Saúde?
A Capital Europeia da Cultura 2027 representa, em simultâneo, um enorme desafio e uma oportunidade impar para o setor da saúde da Região de Aveiro. Um desafio, porque tem a potencialidade de funcionar como uma alavanca para novas formas de partilha de objetivos contribuindo, desta forma, para uma cidadania mais ativa, participante e melhor informada na gestão da sua saúde e no uso dos equipamentos da saúde. Uma oportunidade impar para, no contexto de uma cidade eminentemente marcada pela universidade e empreendedorismo, criar alicerces para uma abordagem da saúde em todas as politicas, a concretizar em ações e programas capazes de criar um ambiente e contextos sociais com identidade própria, em que a “cultura” é apercebida como “bem-estar” e a “saúde” de cada cidadão e da comunidade, como uma das partes constituintes da cultura da cidade e da região de Aveiro.

Como tem sido a experiência de acompanhamento do Programa de Participação de Aveiro 2027?
A experiência de acompanhamento do Programa tem sido muito enriquecedora para o grupo Setorial da Saúde por um lado, por permitir a partilha de informação e conhecimento das restantes áreas de trabalho e, por outro lado, por estar a ser motor de um movimento de geração de conhecimento e oportunidades na conceção e desenvolvimento de projetos em parceria, numa filosofia de rede entre os diversos setores. Em simultâneo, este processo tem sido um meio gerador de ideias e iniciativas que em muito enriquecem o setor da Saúde, por iniciativa própria e por benchmark com os outros setores, processo que tem igualmente contribuído para uma aproximação benigna e voluntariosa dos cidadãos e das restantes entidades setoriais às instituições e profissionais da saúde.

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